Lá ia eu começar mais uma aula de inglês em plena manhã do primeiro sábado de fevereiro de 2006. Olhos avermelhados pelo torpor de uma noite mal dormida, sono desenhado na face, e o friozinho na barriga natural do primeiro dia de aula. Friozinho esse que me acompanha desde a primeira aula que ministrei lá no ano jurássico de 1994. Quando não mais senti-lo, é porque o ato de lecionar já há de ter me lesionado.
Antes de entrar na sala uma ligeira prece rogando aos deuses da educação alunos com a mesma disposição e motivação que as minhas. Do contrário o semestre já estaria fadado ao fracasso.
Quando virei a maçaneta e coloquei meus pés naquele espaço que carinhosamente chamo de permuta de conhecimento tive minhas retinas encandeadas pelo brilho faiscante dos olhos ávidos por aprendizado daqueles quatorze quinze alunos.
Silenciosamente agradeci aos deuses da educação e risquei um sorriso no rosto. Então começamos a aula e por tabelinha começávamos ali a estreitar laços de amizade que nem de longe suspeitávamos que aconteceria.
Foi um semestre auspicioso. Diria mais, foi um semestre dos sonhos. Sempre pautado é claro na filosofia socrática – o diálogo. Transmissão de conhecimento meus amigos se dá através do diálogo. Quando a aula não era boa, as sugestões eram sempre bem aceitas por esse humilde educador. E quando vocês não correspondiam as minhas expectativas, meus conselhos sempre revestidos de muito carinho eram sabiamente bem aceitos por vocês também. Parafraseando Platão, o belo é o esplendor da verdade. E foi montado no cavalo da verdade que cavalgamos durante esses quatro anos.
Vocês não tiveram medo de mergulhar nas águas da aquisição de outro idioma. Engoliram água, bateram pernas, bateram braços, bateram cabeças – só não bateram boca - e espantaram todos os tubarões do comodismo e foram paulatinamente aprendendo a nadar. Os homens que me desculpem, mas creio que o segredo está na alma feminina da turma. Acho que poderia até chamá-las de Silmara D’arc, Mônica (Anita) Garibaldi, Martha Tereza de Calcutá, etc.
Mas os meninos, claro, também têm o seu valor. Com eles por perto a turma era ainda mais homo, calma meninos! Quero dizer ainda mais homogênea. Em suma, cá estamos festejando o sucesso de mais uma conquista e o mérito é todo de vocês. Daqui a pouco vocês vão atravessar aquele portão e um rombo se abrirá em nossos corações. Então encerro minha fala com versos de uma música do Lulu Santos. E quando vocês cruzarem aquele portão nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia.
Paulo, I loved your speech! It was really touching.
ResponderExcluirI wish I could be with my classmates and you again on saturdays, remembering the old times!But I've been really busy lately so it's kind difficult for me. However, next year I'll certainly start the conversation classes. I don't know if you'll be our teacher, but I hope so!
Miss you all
xx
Oh Bruna, thank you very much for your words. But I'm sure we'll meet again. You and your family are really special people just like the ones who study in that group, such as Silmara, Marta, Martin, Camila and the others.
ResponderExcluirxoxo
Olá!
ResponderExcluirFase... estágios, a vida está cheia deles né?
De fato quando passamos por uma fase nada torna a o seu estado de antes...
Gostei do blog, tow te seguindo...
Beijos